"Somos poucos porem forte até demais"

domingo, 5 de agosto de 2012

Comentários do Presidente do SINTASE sobre a matéria publicada pelo site Ac24horas

“Os indivíduos não podem exercer domínio sobre suas interconexões sociais antes que as tenham criado. Mas constitui uma idéia inaceitável conceber esse vínculo objetivo como um atributo espontâneo, natural, dos indivíduos e inseparável de sua natureza (em antítese com seu conhecimento e vontade conscientes). Esse vínculo é produto deles. É um produto histórico. Pertence a uma fase específica de seu desenvolvimento. O caráter estranho e independente através do qual ele atualmente existe vis à vis aos indivíduos apenas prova que esses últimos ainda estão envolvidos na criação das condições de sua vida social e que eles ainda não começaram, tendo como base essas condições, a vivê-lo ... Indivíduos universalmente desenvolvidos ... não de modo algum, um produto da natureza,mas da história. Karl Marx, Grundrisse, 1857”

Caros colegas da família de profissionais em medidas socioeducativas,
Meu cordial Boa Noite!!!!

Ao postar a mensagem do grande pensador Karl Marx venho por meio destas pequenas entrelinhas expôr as idéias deste humilde “Servus Dei” que, assim como muitos colegas, parceiros de trabalho, e reais executores da socioeducação, também aprecia plenamente e louva “em partes” a difusão da proposta pedagógica levantada pelo próprio SINASE em suas práticas de ressocialização. Analiso desta maneira a diversidade financeira e humana que existe nos dias de hoje, creio que seria impossível não afirmar que muitos dos adolescentes que se encontram internados dentro das unidades fazem parte de um medíocre projeto estabelecido pelo antigo Código de Menores, que trazia mais a punição do que o exemplo, quanto a isso não tenho dúvidas.

Porém, as práticas emanadas por algumas instituições não estabelecem de maneira cordial as conduções que se devem estabelecer perante seus subordinados e legítimos executores da medida socioeducativa. Tais resultados da própria política desenvolvida pelo estado brasileiro, que de laico não apresenta quase nada, insere-se em uma política medíocre e ao mesmo tempo sedutora, afinal, o tratamento que é dado a um educando, nenhum pai de família intitulado pobre possui em sã´s condições para oferecer ao Filho.

Tal fato se prende a alguns méritos de mudanças radicais de comportamento e a esperança de ver aquele ser desprovido de educação e enriquecido de rancor, ódio e agressividade, que ele venha a se inserir aos moldes familiares adequados nos dias de hoje. Os resultados que já estão sendo vistos internamente nos Centros Socioeducativos é fruto do trabalho e da garra dos nossos grandes diretores institucionais em conjunto com os Agentes Socioeducativos, Assistentes Sociais, Professores e Psicologos, contudo, não podemos esquecer que as infrações destes educandos devem ser vistas sempre pela ótica do erro, e que este erro deve ser tratado DENTRO DE PADRÕES QUE NÃO SE SOBREPONHAM A ESTRUTURA ADMINISTRATIVA QUE POSSUIMOS.

A Abordagem que fiz ao Ac24horas sobre o prêmio que está sendo colocado a disposição dos educandos, pelos administradores das unidades, se insere sobre a política que está sendo trabalhada pós unidade. Não devemos simplesmente enriquecer a mentalidade de um educando através de conteúdos externos, visitas a parques, passeios em cinemas com direito a elementos que enriqueçam mais a concepção hierárquica do que humanística, implementação de visitas de elementos infratores á escolas de ensino regular, dentre outros. Ele tem que reconhecer seu erro dentro da unidade, e através de práticas pedagógicas internas que ele poderá mudar sua concepção de infrator, afinal, o desejo de querer sair deverá enaltecer mais seu espírito de mudança do que alimentar com estas práticas mencionadas alhures.

Tudo que se torna exposto, também leva o perigo e apresenta resultados maléficos. As invertidas de familiares vitimados pelas ações destes educandos um dia poderá vir a acontecer em desfavor destes próprios educandos nestes deslocamentos desprovidos de segurança armada, peço muito a Deus para que nenhuma vida seja ceifada nestes trajetos e nem ao menos denegrida, afinal, temos mais receios das atitudes de familiares contra os nossos profissionais do que com esta clientela que se encontra inserida neste sistema.

A Socioeducação deve ser realizada certamente, mas, desde que traga instrumentos necessários para tal prática fundamentalista e não que vise de uma hora para outra solucionar problemas que possuem em tela elementos que denigram o profissional responsável, é impossível ocasionar uma mudança drástica no ser humano com o aparelhamento que nos é oferecido aos dias de hoje pelo estado. E com a desvalorização exarada do Servidor em Medida Socioeducativa, a socioeducação que tanto se prega, poderá vir a tornar um caos como foi na administração de Cássio Silveira Franco e Dimas Sandas.

Lendo e relendo muitos dos comentários ora mencionados neste tópico virtual, posso considerar que boa parte das postagens aqui epigrafadas possuem uma imensa abordagem de cunho pessoal, critica, individualista, porém, sincera e ligada á meios que estimulam estes comportamentos. A Nossa ilustre tarefa de socioeducar pode ter suas missivas, como também ter seus lindos dotes humanísticos de introdução de idéias ligadas á praticas de conversão de educandos, sendo assim, a valorização tão pregada pelo nosso Ilustre Presidente do Instituto Socioeducativo em parceria com o Governador Tião Viana deve caminhar no mesmo sentido. Servidor Valorizado é sinônimo de bom trabalho, grande produtividade, menos stress, mais harmonia no serviço tanto com os membros que se encontram no ápice da pirâmide, como também com aqueles que estão em sua base, mas que a cada dia pleiteiam dias melhores nos Centros de Internação.

Nós do SINTASE não buscamos nada demais e nem ao menos temos a intenção de atrapalhá-los em suas atividades, mas, é necessário chamar a atenção do atual governo perante a deficiência que possuímos e que no inicio deste ano se comprometerão em nos conceder os pedidos ora entabulados pela entidade sindical. Toda Diretoria ficou inerte durante boa parte do ano de 2012, foram sete meses aguardando respostas, mais de 200 dias aguardando o deferimento dos nossos pedidos e as implementações das pautas que apresentamos, sempre buscando de maneira amistosa uma solução coerente para os conflitos, sempre pleiteando melhores condições de trabalho para os nossos representados, ouvindo dos quatro cantos deste estado a opinião de cada agente, de todos os técnicos, e a atitude que buscamos no momento foi esta - Expor de maneira clara o grito dos profissionais.

Meu celular toca em torno de 90 vezes por dia, são duas recargas que faço a cada nove horas, em 85% destas ligações são Socioeducadores denunciando Direções, criticando Atividades comprometedoras, instigações de educandos em prol da difamação do próprio servidor e, segundo eles, o motivo maior seria a pouca atenção do Instituto Socioeducativo com os demais servidores da autarquia. Não sabemos ao certo, o que está realmente acontecendo nas unidades, pois, boa parte dos colegas não têm a atitude de informar o seu superior perante a insatisfação que lhe vem criando, pelo contrario, resolvi ligar para o sindicato e relata casos nunca vistos nas práticas metodológicas em M.S.E, mais em boa parte destas conversas telefônicas sempre apagamos o fogo dos nossos grandes guerreiros, evitando em boa parte situações tristes e vexames.

Cremos no compromisso pessoal levantado pelos Senhores Doutores, Henrique Corinto e Leonardo das Neves perante a face apresentada na Cartilha elaborada pelo SINTASE e que fora entregue em mãos ao próprio representante, já tomamos o conhecimento deste Tendão de Aquiles que hoje se encontra alojado e já acionamos a Assessoria Jurídica do SINTASE para elaborar mecanismos que contribuam com os vossos esforços, pois, não queremos simplesmente denunciar o Estado pelo mal desempenho que vem apresentado com os profissionais do ISE, possuímos também o ensejo de colaboração, mas os ofícios ora encaminhados a SAI nunca foram respondidos pelos assessores de governo.

Como diz o meu amigo Rafael Almeida, “gosto da Boa Politica, e não da Politicagem”, sigo também a mesma linha de entendimento, e não creio em teses desfalecidas. Toda Assessoria de Governo se comprometeu tanto com o Presidente do SINTASE quanto com o Presidente do ISE em honrar os pedidos em tela levantados, porém, falta muito esforço e mais dedicação. Aguardaremos a reunião que se encontra em estudo pela assessoria de gabinete das instituições e em todas iremos em busca dos nossos direitos. Não aceitamos argumentos ilusórios queremos simplesmente a certeza de que teremos nossos pedidos atendidos e quando serão colocados a disposição de TODOS.

Um grande abraço aos meus grandes amigos das unidades e reais construtores da socioeducação, sem vocês essa casa não progridi.

Att.

Betho Calixto
Presidente do SINTASE

Nenhum comentário:

Postar um comentário